quarta-feira, 1 de março de 2017

Extrema


Será que o erro é meu
Ou o mundo que é o errado na história

Por que não posso querer
Por que não posso viver de forma intensa?
Por que não me apaixonar a cada esquina
A cada acorde
A cada rima.

O mundo erra por  amar de menos,
E privar e julgar de mais.

Eu nasci no mundo, mas fora dele
Minha flecha sempre apontada para o alto.
E eu sempre querendo mais
E vou buscar mais, menos não me interessa.
Não sou de metades, não sou de meios
Sou de extremos
Extremas paixões
Extremas dores
Extremas intenções.
E vontades extremas. 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

🕊

Se quiseres ser livre, liberte-se de você
Faça com que suas asas sejam mais fortes que suas correntes. 


Soneto meio


Filha do fogo
Toda líbido
Inteira vontade
Desejo contido

Dor do querer
Vontade intensa
Paixão fluorescente
Doçura no sofrer

A ideia, pensamento
Inimigos constante do agir
Me acorrentam ao mundo que não quis

Ao mundo que escolhi
Ao mundo sufocante dos que escolhem, a dúvida ao risco de tentar.

Flutuar


Esquecer. Como conjugar esse verbo?
Passou,
Foi
Acabará.
As vezes temos que entender que, deixar o coração livre é a melhor maneira de curá-lo.
Afastar-se, não do que atrai, mas, do que te suga, te consome.Deixando os restos mortais do que um dia foi amor.
Vá te embora, deixe tudo que te aprisiona ao porão do egoístico
Não há reciprocidade? Recolha os sentimentos que colocou na mesa para serem partilhados no banquete das vivências.
Engula, mastigue e deguste todos, um a um, em um piquenique de amor próprio e se fortaleça.
Quem sabe assim, você consiga enxergar o que o outro não vê.
Você é linda de mais, perfeita de mais, diva de mais, você reluz de mais pra sofrer por sentimentos meramente foscos.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Folia

Entre serpentinas e lantejoulas
Meu coração segue surdo, sem cadência
E cinza como a quarta feira.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Desfrute


Como implacável centauro
Mitológico, poético e complexo
Sua flecha certeira acertou o alvo
Sem possibilidade de reflexo

Cravou fundo meu peito, carne osso
Perfurou, pele e externo, transpassou
Não senti, não vi, menos ainda reagi
Me deixei de bom grado alvejar

De bom grado abri o peito,
E profundamente a flecha entrou
Se alojou rígida e certeira
Em meu desacostumado coração.

Ficou, demorou, desfrutou
Fez do órgão vital sua morada
E quando resolveu não ser mais
Ali seu lugar, a sua estada.

Saiu tão rígida como entrou, Deixando arestas, marcas e pontas
Sangrentas, profundas lembranças,
Em meu peito negro tatuo
Memória de que um dia, esperançosa
Deixei me sentir amor
Sem reciprocidade e zelo
Preenchida de dor, tristeza e recomeço.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A essência do objeto.



Considere um objeto, ele pode ser grande ou pequeno.
Mas vamos considerar um pneu.
Ele tem uma vida útil em sua utilidade.
Quando esse tempo passa, com ele pode acontecer basicamente 3 coisas.
O pneu pode ser descartado, fim de linha pra ele,  o pneu pode ser recuperado, não que durará muito tempo, ou o pneu pode ser reciclado e aí...
Se descartado, o pneu cumpriu seu destino no tempo, fez seu papel de forma eficiente, não será mais pneu, não será mais lembrado, deixará de existir, não sobrará vestígios de sua passagem. Nesta não consideremos o potencial que ainda existe no pneu, consideramos apenas, de forma rasa, a sua função essencial e o término desta.
Mas existe também a possibilidade de reformar esse pneu, imprimir novos sulcos, alongar um pouco mais sua vida útil. O pneu continuará em sua essência, porém não mais de forma eficaz. Nesta possibilidade, não leva-se em conta o desgaste real do pneu, leva-se em conta, o quanto mais pode-se explorar este pneu, quanto mais benefícios pode-se tirar dele.
Porém existe uma outra solução, muitas vezes impensada. E se, pega-se  esse pneu e o transforma, ressignifica?
E se por um acaso ele se transformar em um balanço, que divirta a criança, fazendo-a experimentar o frescor do vento no rosto?  E se por um acaso ele se transformar em vaso, casa, para uma flor? Para que esta se sinta protegida é forte para cumprir seu ciclo de beleza?
Mesmo se este pneu se transformar em uma mesa, para amparar um agradável café da tarde.
Será, que sua essência muda? Ele deixa de ser pneu? Ou apenas sua utilidade se transforma.
Será, que a essência é de tão fácil transformação? Ou será que esse pneu nunca foi pneu, sempre foi mesa e esperou, o momento em que iria viver plenamente seu papel de aparador?
Será, que esse pneu, se transformou em mesa também, tendo agora a essência de pneu e mesa coabitando o mesmo espaço.
Não sei se existe uma única respostas para esses questionamentos, o que posso afirmar é que pneus podem ser pessoas ou relacionamentos.
E aí, é com você.